Uma vida normal – é o que se vê
Quando a janela da alma possui cortinas de ferro
Dias iguais – fáceis de perceber
Engrenagens esféricas sufocam os berros
Qualquer combustível – tudo é viável
Basta na vida encontrar certo ser
Nada injusto – sobrevivência ajustável
Apertando o cerco até senti-lo ranger...
Como posso conviver
Com esse monstro invejado?
Com pedras pontiagudas castigando meus pés...
E a noite escura reproduzindo teu rosto
O sentimento profano...
Como um Frankenstein.
Dois tubos de ensaio
Uma placa de aço
Borboletas no armário
E o óleo no chão
Tentativa imperfeita
De amor verdadeiro
O maquinário suspeita
Uma batida – um coração?
E assim foi projetada a criatura perfeita
Fria, imaculada, livre da dor
Uma vida calculada, feita a alguém
Com sentimentos contidos
Como um Frankenstein...
Ok.. Acho que o problema do poema eh q nao se pode lê-lo como se lê qualquer outra coisa... É preciso dar importância suma a cada palavra, a cada frase, desmembrar o texto e buscar o sentido em cada linha.
ResponderExcluirMas, ao mesmo tempo, não sei se é certo fazer isso...
Aparente vida normal. Sentimentos trancafiados a ferro. Vida apática, posição de conforto. Imoralidade que encaixa perfeitamente à apatia e ao conforto, mas... "Apertando o cerco até senti-lo ranger..."? Esse sentimento de apatia, conforto e imoralidade lhe oprime. Conforto não confortável, conforto que machuca, por quê?
Frankeinstein, um ser construído, um ser profano, a criatura perfeita, vida calculada, fria, imaculada, livre da dor, encomendada. Aço, tubos de ensaio, óleo.. Uma máquina?
Mas borboletas no armário.. Batida, coração, sentimentos contidos...
Paradoxo.